a longa noite chegou ao fim

Há alguns dias, depois de atravessar fossos, avisto o castelo, é primavera outra vez. Desde 2018, em todo o dia 31 de julho chego nos seus altos portões, que se abrem como se me aguardassem. Sentimentos de deveres cumpridos e sua recompensa, a paz, seguida de diversos avisos da vida: é hora de confiança.

Assisi, Itália – terra de São Francisco de Assis – para onde eu fui maravilhar o meu coração em busca de Vida, 2015

A Vida não nos deixa esmorecer, às vezes nem eu acredito que depois de 30 anos de busca, ela me põe de pé outra vez, em esperança quase juvenil, uma leveza que só o frescor da juventude ou a pureza da infância trazem. Agora tenho um pouco mais de sabedoria e, espero que, de humildade.

Reiteradas mensagens sobre disciplina vinham durante os trabalhos, muitas enérgicas. E agora me sinto abraçada com os braços que vão nos conduzindo para dentro de um novo começo, onde você é esperada e recebida com alegria, casa limpa e comida especial. O que será vida, que conquistei de ti?

No seu abraço você me aconselha, há 3 anos a mesma mensagem: “Confiança é força que acumulamos em nossos caminhos é alegria que aumentamos na intimidade do coração e amizade que cresce dos outros para nós.” – Miramez, como a me responder à súplica: “Senhor, concede-me a graça de viver o verdadeiro amor.”

Deus mesmo sabe que a cada convite aceito, nem sempre consigo corresponder, mas a cada tentativa compreendo mais como fazer. Lembro das pessoas que mereciam aquele melhor que eu não pude dar e faço uma pequena prece, para que elas encontrem quem lhes dê ou a mim mesma, para que eu lhes dê mais ainda.

Saí para o sacolão comprar os queijos e as frutas, o peixe e os legumes, o pão. O dia estava tão lindo, nem o frio – que há mais de 6 anos, acho eu, não fazia – lhe enfeiava. Eu estava com um olhar novo sobre tudo, tal como o dia em que levei meu primo para ver o Mauricío de Souza e passeamos em seu estúdio: eu parecia uma menina entusiasmada em dia de excursão da escola, atenta a tudo. Lembrei da oração de Isaías quando esteve na Galileia, assim nos conta Miramez, após mais uma temporada de preparo espiritual para a vinda de Maria e depois Jesus ao planeta: “Senhor, permita-se estar onde a fraternidade estiver trabalhando.” E ali, naquele conglomerado de trabalhadores que iam e vinham abastecer, limpar, operar, servir e comprar, a fraternidade operava, onde cada qual levava o que necessitava para viver e se encantar com a vida, encantar os outros. A abundância da bondade de Deus em tudo e em todos.

Ideias para o que fazer, várias, muitas começadas, novos movimentos, mas aquela certeza íntima cheia de segurança para o que é seguro e aceitação para o é impermanente, era novo.

E aquela mensagem que me prepara há 3 anos, continuava a me dizer melodicamente:

“Somos filhos do mesmo Pai; portanto, porque entrar em decadência diante da Vida? Ja pensaste na grandeza de Deus, nos Seus feitos, no Seu amor, na Sua bondade?

Pensa um pouco na solicitude do nosso Senhor, e passarás a te revestires de coragem, de alegria, de caridade e mesmo de amor. Presta bem atenção: essa força parte da igualdade, porque se Deus é amor, Ele tanto ama aos outros , quanto a nós. Tira as dificuldades da tua mente, e a paz passará a reinar na tua consciência, com todas as forças que te ofertam o melhor, que farão nascer no teu mundo interno, o contentamento de viver, por conheceres que o Senhor se encontra contigo dirigindo-te e amparando-te em tuas necessidades.” – Miramez

Parece apenas uma frase inspiradora, mas na verdade ela é um resultado de prova, uma evidência que fortalece o que é inabalável: o espírito a parte de nós que é imortal e indestrutivel e fadado ao progresso, à melhoria contínua. Tudo o mais passa, tudo o mais se acaba, se perde, mas o espírito não, assim como os laços de afeto verdadeiros nascido do amor que só o espírito pode oferecer.

Alegria do possível, da renovação, do recomeço, começa a se espalhar de dentro para fora, para os próximos singelos passos, mas resolutos e fecundos. De uma coisa eu sempre percebi Deus cuidar: da minha esperança. Ele não muda, Ele a sustenta e a alimenta, de diversas formas. Quando parece que perdi e falhei miseravelmente, Ele me cobra de não baixar a cabeça e continuar seguindo em frente, amando e trabalhando com esperança e paciência.

E eis que surge um novo dia depois de 3 anos, período em que houve vários recomeços e mudanças, mas tudo dentro de uma longa noite, que, graças a Deus, sempre esteve estrelada pelas miríades da espiritualidade amiga e fraterna.

Mensagens sincrônicas vão se tornando menos fortes – enquanto escrevo, acabei de receber uma de uma amiga, que não é dada a enviar nada do tipo, entitulada “mensagem do universo” e que diz; “grandes mudanças benéficas estão surgindo em torno dos seus passos – a resiliência garantirá o êxito”. Mais forte está o sentimento íntimo de fé disposta a construir, apoiada no melhor que há em mim, também serena e maior diante do meu pior e do pior dos outros que, assim como eu, têm anseio em ser melhor.

Graças a Deus, que nos reuniu por Maria no amor do Cristo. E aos amigos espirituais que me pediram o registro aqui, pois novas estórias vivas começarão.

Ei vida, eu já escuto os teus sinais.

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